Alguns casais me perguntam sobre a possibilidade de doação de óvulos ou espermatozoides. Não sei exatamente porquê, mas tenho recebido uma quantidade crescente de mulheres jovens com reserva ovariana diminuída ou mulheres com mais de 42, 43 anos em segundas bodas, ou primeiras mesmo.
Quando discutimos a doação de óvulos ou de espermatozoides, normalmente entramos numa discussão extremamente filosófica. Receber óvulos doados não seria igual a adotar uma criança? Bom, isso vai depender de como cada um vê a maternidade/paternidade. Vejam que na doação de óvulos, vamos fertilizá-los com espermatozoides do marido, que dará seu material genético para o filho. Além disso, a mulher terá a oportunidade de gestar, parir e amamentar o bebê. Nada mais materno do que isso.
Da mesma forma, a utilização de banco de sêmen se presta para que o casal possa realizar a gestação, com a fertilização dos óvulos da mulher. O material genético paterno será de doador, porém, o bebê será gestado e aguardado no seio deste casal amoroso.
A situação que talvez crie mais dúvidas é a doação de embriões. Hoje é ético que um casal doe para outro casal embriões que deseja descartar (isso é possível após, no mínimo, 3 anos de congelamento). Tanto o homem quanto a mulher que estão doando precisam estar de acordo e assinar todos os documentos relativos à doação. A doação é anônima e não remunerada. Da mesma forma, o nascido não tem direito à herança dos pais biológicos. Ele será considerado filho dos pais receptores, mesmo não tendo seu material genético. É aí que se pergunta: “Qual é a diferença para a adoção de uma criança?”. Bem, o embrião doado não sofreu a priori qualquer tipo de negligência ou maus tratos e essa é a justificativa utilizada pelos defensores da doação de gametas e embriões. O bebê será recebido por um casal ávido por dar amor a esse novo ser.
Infelizmente, na adoção temos uma situação nada ideal. Por favor, saibam que sou ABSOLUTAMENTE a favor da adoção. Eu mesma adotaria uma criança, não fosse pelo fato de meu marido ser contra. Quando falo de situação não ideal refiro-me a uma criança que está em um abrigo. O poder público não pode sumariamente destituir o poder familiar, precisa tentar TODAS as possibilidades dessa criança viver no seio de sua família. Infelizmente, muitas vezes a criança fica por um tempo longo em abrigo e pode acabar não sendo adotada. Uma tragédia! Nós, da clínica ana bartmann, somos parceiros da ONG “Grupo de Apoio e Incentivo à Adoção de Ribeirão Preto” porque acreditamos que o amor que move um casal a formar uma família é o que importa.
Assim, independentemente de você acreditar mais na adoção ou nas técnicas de Reprodução Humana Assistida descritas acima, é possível realizar a construção de uma família!! É possível dar e receber amor de seu filho, rir e chorar, se estressar, ficar só olhando, se encher de orgulho, ou de vergonha, viver junto com essa pessoinha que terá sua própria personalidade e vida. Ser mãe é a melhor coisa do mundo!!
Um grande beijo a todos